Lances da Vida-> Perda do Bebê


     Para muitos casais, a sua vivência como pais começa mesmo antes da gravidez, quando falam e sonham sobre a forma como as suas vidas irão mudar quando tiverem um filho. Por vezes, as ecografias dão “vida” à criança logo nas primeiras semanas de gravidez, permitindo que se estabeleça, desde logo, uma ligação emocional.
Infelizmente, muitos casais têm também de lidar posteriormente com a perda do bebé. Embora este acontecimento seja sempre trágico, pode ser ainda mais doloroso para os casais que tiveram de enfrentar problemas de infertilidade.
     A perda do bebé pode ocorrer em diferentes fases da gravidez. Cerca de 1 em 10 gravidezes terminam em aborto espontâneo. Muitos casais estão preparados para um aborto espontâneo nos primeiros três meses de gravidez, mas, a partir do quarto mês, suspiram um pouco de alívio pois sabem que o risco é então muito menor.
     Ainda assim, em cerca de 1% dos casos, a perda do bebé ocorre numa fase mais avançada. Nalguns casos, uma gravidez desejada pode ser interrompida devido ao facto de um exame ter demonstrado uma anomalia grave do feto.
     Em todas estas situações, o casal deve permitir-se chorar a sua perda. Cada um lidará com a situação à sua maneira e ao seu ritmo, mas é importante que se apoiem um ao outro. Seja qual for o caso, é importante que consigam falar do assunto um com outro e com outras pessoas, possivelmente pessoas na mesma situação.
    Poderão ainda procurar a ajuda de um profissional, que vos ajudará a lidar com a experiência e a encontrar forma de, com o tempo, recomeçarem no ponto onde ficaram. Se ambos chegaram já a esta fase, consultem o vosso médico para saberem quando será aconselhável, de um ponto de vista médico, recomeçar os tratamentos de infertilidade. 

        Aborto espontâneo
     Todos os casais que passam pela experiência de um aborto espontâneo têm de lidar com a dor à sua maneira e, normalmente, precisam de algum tempo para aceitar a situação. Se a mulher sofrer vários abortos espontâneos, a carga física e psicológica será muito difícil de suportar. Uma vez que aqueles que vos rodeiam poderão nem sequer se ter apercebido da gravidez, torna-se muitas vezes difícil partilhar as vossas emoções com outros. 
No entanto, esta partilha é importante para vos ajudar a lidar com elas. Muitos casais têm dificuldade em aceitar que, em certos casos, não é possível identificar a causa dos sucessivos abortos espontâneos. Nestes casos, a maioria dos casais é assolada por sentimentos de medo e insegurança, duvidando se algum dia poderão ter um filho nos braços.

        Nados-mortos
     Um nado-morto é uma criança que morreu durante a gravidez (morte fetal intra-uterina) ou por altura do parto. Nada afecta tanto uma pessoa como o nascimento e a morte, o princípio e o fim da vida. Quando uma criança morre antes do nascimento, durante o parto ou pouco tempo depois, estes dois acontecimentos ocorrem simultaneamente. A perda de um filho é uma das experiências mais dolorosas que uma pessoa terá de enfrentar ao longo da sua vida.
     Aceitar a perda de um bebé é algo muito difícil, que exige tempo e força de vontade. Antes de tentarem engravidar novamente, devem dar tempo ao tempo para recuperarem física e emocionalmente deste acontecimento traumático. Geralmente, os homens e as mulheres lidam com a perda de formas diferentes. É importante serem abertos e honestos um com o outro sobre esta situação para evitarem conflitos desnecessários.
     Normalmente, os pais de nados mortos precisam muito do apoio das pessoas que os rodeiam. As pessoas que se encontram na mesma situação poderão também prestar uma grande ajuda, pois compreendem e identificam-se com o casal melhor do que qualquer outra pessoa. É bom saber que existem grupos de discussão de pais que perderam um filho. O vosso médico de família, terapeuta ou psicólogo do hospital poderão provavelmente pôr-vos em contacto com estes pais.
     Felizmente, conhecimentos sobre a dor provocada pelo nascimento de um nado-morto têm vindo a aumentar substancialmente ao longo dos últimos anos. Os pais são constantemente encorajados a expressarem os seus sentimentos e dispõem agora de várias estruturas de apoio. Os jornais, a rádio e a televisão dedicam mais atenção a este assunto para que as pessoas que não sofreram esta trágica perda possam compreender um pouco melhor o que ela implica. É importante acreditar que podem e irão ultrapassar este momento tão difícil. É algo que acabará por ocupar o seu próprio lugar na vossa relação e na vossa vida. O mais importante é seguirem os vossos próprios sentimentos e tomarem as vossas próprias decisões. Para além de contarem com a ajuda dos que vos rodeiam, poderão ainda, se necessário, recorrer a apoio profissional.


Ainda aqui nesta publicação, recomendo a leitura postagem do Blog da Fertilidade à Maternidade  que fala como superar o medo após a perda de um filho:

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